sábado, 17 de fevereiro de 2007

As Sombras de Zyega - Cap. 2 - O Ataque da Matilha

(leia aqui)No capitulo anterior:

Mileno pensava numa maneira de tirar as irmãs da mercearia. Foi então que lembrou-se de algo:

Desceram as escadas cautelosamente, e conseguiram chegar até detrás do balcão na mesma hora em que os salteadores arrombaram a porta, com um estrondo! Mileno queria esperar que eles subissem até o depósito, para então saírem dali. Conseguiam ouvir sua conversa e seus risos enquanto pilhavam a mercearia, mas, para a total frustração dos irmãos apenas dois dos salteadores subiram até o depósito.

Então, começaram a ficar mais alardeados... um dos salteadores falou em ver se não havia algum dinheiro atrás do balcão da mercearia. O outro lhe respondeu que tudo bem, embora duvidasse que fosse encontrar algo, já que aquela mercearia era pequena. Assim, Mileno viu-se encurralado com a irmã em seus calcanhares. Abriu e arma e viu: apenas dois tiros restantes; um para cada um dos salteadores que estavam lá embaixo. Os passos do salteador que estava indo até o balcão ficavam cada vez altos, e então Mileno viu um homem alto e corpulento aparecer em sua frente. Sem nem ao menos pensar duas vezes, mirou e atirou.

O estrondo do tiro ecoou pelos tímpanos de Milo, que nunca tinha ouvido um tão de perto. O brutamontes imediatamente caiu no chão, com um buraco no peito e uma poça de sangue formando-se sob ele. Quando ouviu os salteadores que haviam subido largar as coisas, e descer as escadas, soube que aquele era o momento certo para atraí-los para longe da mercearia e de sua irmã. Levantou-se e saiu correndo em direção à janela, já que a porta estava fechada, e quebrou-a quando pulou em sua direção. E foi aí que ouviu o brado ensandecido do salteador que havia ficado lá embaixo, mandando que os outros dois pegassem Milo, mas não o matasse, pois ele mesmo queria o fazer tendo em vista que o baleado fora seu irmão.

Assim, enquanto corria sem nem ao menos olhar para trás, sentiu que algo atingia sua perna, tombando no meio da rua. A dor insuportável da seta que o atingira na dobra do joelho veio logo em seguida, quando Milo tentou se levantar denovo. Rastejou para pegar a arma que voara com o sua queda, mas alguém o puxou pela gola da camiseta, o erguendo:

Mileno estava apavorado. Só a idéia de que algo pudesse acontecer com sua irmã, por sua causa, lhe dava náuseas. Lembrando-se do que Garret havia lhe ensinado um pouco sobre luta, moveu a cabeça para trás, na tentativa de acertar o nariz do homem que o segurava. Teve certeza de seu êxito quando sentiu a dor de apoiar a perna ferida no chão, e com muito esforço chegou até a arma de seu pai e engatilhou, apontando o chefe. Aquele era seu último tiro, e ele não podia errar de jeito nenhum!! Puxou o gatilho e fechou os olhos, nervoso demais para saber se iria conseguir acertar ou não. Mas, a arma não disparou. Mergulhado em terror, ouviu um tiro... estava tudo perdido...

O chefe estava morto.

O rapaz ficou estático enquanto via a cena. Quem tinha matado o chefe se sua arma havia falhado? A resposta veio com os gritos dos salteadores restantes:

E assim os dois saíram correndo, levando Andréa de refém consigo.

Um dos atiradores da guarda o ajudou a ficar de pé, enquanto que o capitão da guarda deu algumas batidas em seu ombro:

Os moradores já haviam começado a voltar às ruas. Não demorou muito e o senhor Folkor chegou, junto com Lauro. Ele amparou o filho quando o guarda foi embora, e suspirou, inconformado com a perda de Andréa:

O rapaz não respondeu nada, apenas acompanhando o pai e o irmão mais velho. Estava sentindo-se culpado demais para responder ou pensar em qualquer outra coisa que não fosse que ele era o responsável por aquilo... Andréa... Andréa...

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007

As Sombras de Zyega - Cap. 1 - A Família Folkor

Mileno observava o céu azul de maneira displicente; a chuva da noite anterior havia afastado as nuvens de fumaça vindas da cidade que ainda começavam a se acumular. Conseguia ouvir as irmãs mais novas bagunçando no campo perto de casa, bem como a mãe começando a preparar o jantar. A tarde era agradável, e tudo indicava que, mais uma vez, o dia terminaria tranqüilamente na Vila Zyega.

Também, pudera.

Aquela era uma vila quase que exclusivamente agrária. Grande parte dos vegetais e animais lá produzidos eram enviados para as grandes cidades... principalmente para a capital Elvengrado. O pai de Mileno, o senhor Folkor, tinha uma pequena e bem localizada mercearia, onde ele vendia tudo aquilo que cultivava, ou então trocava por outras coisas, das quais estivesse necessitando no meio doméstico. A troca não era a forma mais comum de comércio no mundo... não mesmo! Tinham uma moeda única aceita em quase todos os países, o Rufo, mas, em vilas pequenas como Zyega, a troca ainda era muito popular entre os cidadãos.

De certa forma aquela vida entediava um pouco Mileno. As mesmas pessoas. Os mesmos assuntos. Sempre. Todos os dias de sua vida. Às vezes tinha vontade de simplesmente pegar suas coisas e ir embora, como havia feito seu irmão mais velho, sete anos atrás. Mas, não tinha coragem de largar a família na atual situação: o pai estava velho e doente, e tinha esperanças de que Mileno pudesse tocar a mercearia da família, afinal, ele era sua última opção. O pensamento conservador e machista do senhor Folkor não conseguia conceber uma de suas três filhas mais novas cuidando da mercearia... muito menos Lauro, seu segundo e avoado filho, mais preocupado com sua “arte” do que com coisas reais e concretas. Mesmo acreditando que cuidar da mercearia seriam seus grilhões para o resto da vida, Mileno não se opunha à vontade do pai.

O rapaz só foi trazido dos seus pensamentos quando sentiu um leve, mas duro, chute em suas costelas; olhou para cima e enxergou o rosto pálido, sério e sardento de sua irmã, Andréa:

Então, depois de colher as batatas, lá ia Mileno carregando a cesta, enquanto a irmã andava displicentemente ao seu lado.

Quando estavam próximos de casa, ouviram um som que lembrava um tiro. Aliás, não só lembrava como era o som de um tiro. O casal de irmãos se entreolhou, apreensivos; tiros não eram comuns em Zyega, dada a calma e tranqüilidade da vila. Apressaram o passo de volta para casa, e quando estavam chegando puderam ver a senhora Folkor encaminhando a filha mais nova para dentro de casa, preocupada. Tão logo viu Mileno e Andréa, os chamou:

Em poucos instantes estavam todos na cozinha da casa, com um pesado clima pairando sobre o ar. O pai de Milo havia ido até o sítio vizinho em busca de informações, e já voltara também. Salteadores estavam saqueando cada pequena loja que encontravam pelo caminho, e logo estariam na rua principal. A guarda da vila até que tentou detê-los, mas a calmaria os fez devagar demais para um combate, ainda que pela suas vidas, e agora estavam todos mortos. Por muito pouco o chefe da vila não conseguira avisar a cidade mais próxima do problema, embora não adiantasse muito. Até a ajuda chegar, provavelmente os salteadores já teriam saqueado tudo e partido:

Assim, Mileno correu até a mercearia do pai, sempre evitando as ruas principais. Quando chegou, se deu conta de que não havia trazido a chave da porta, e que a mesma estava trancada pelo lado de dentro. Provavelmente, obra de Amélia. O rapaz já se preparava para derrubar a porta quando alguém passou na sua frente e abriu a porta:

domingo, 11 de fevereiro de 2007

Acendendo a Caldeira

Antes de tudo, seja bem-vindo à Vapor e Aço! Meu nome é Myunna e eu serei sua anfitriã e guia através das Nuvens do Progresso, um cenário Vaporpunk de RPG que está sendo criado na Taberna da Vaca.

Imagine um lugar abandonado pelos Deuses e pela Magia. Um lugar onde os homens escrevem a história à fogo com o colosso da engenharia: a Máquina à Vapor. Estados poderosos, armas de fogo, veículos voadores cruzando os céus, e ninguém se preocupa mais com os antigos valores. É nesse mundo que se desenrola a trama de As Sombras de Zyega, onde vocês poderão ver a história de um jovem morador de um pequeno vilarejo (Zyega), que um dia é empurrado pelo destino contra uma poderosa organização criminosa.

Aventuras regadas à tiros, companheirismo, suspense, e exemplos sobre-humanos de superação pessoal (porque, falemos a verdade, ninguém normal chegaria TÃO longe). A idéia inicial é termos um capitulo novo por semana, e eventualmente algum capitulo especial extra.

Então, a caldeira está acesa!! Corra para não perder o trem, porque essa é uma viagem sem volta!!